Traficantes no condomínio
Moradora é ameaçada em prédio do RS dominado por fraudadores
Moradora é ameaçada em condomínio que seria dominado por traficantes em Esteio
Com medo, moradora deixou o país, segundo delegada. Operação policial cumpre 13 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão contra suspeitos de ameaças e tráfico de drogas
Uma operação da Polícia Civil iniciada nesta terça-feira (3) busca suspeitos de ameaçarem moradores de um condomínio, supostamente dominado por traficantes de drogas em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Imagens divulgadas pela investigação mostram um dos ataques.
No vídeo, uma moradora registra ameaças e ofensas gritadas por um homem do lado de fora do apartamento. Logo em seguida, um objeto é arremessado contra a janela do imóvel, quebrando o vidro.
"Sai aqui 'pra' rua. Eu vou entrar aí dentro e vou matar vocês 'tudo'", diz o homem no vídeo.
Até esta tarde, 10 pessoas haviam sido presas e três estavam foragidas. Os detidos foram autuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico, corrupção de menores e coação. Ao todo, foram expedidos 13 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão.
De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, a moradora deixou o país, com dois filhos pequenos, com medo das ameaças.
"Ela foi a única que denunciou o esquema. Essa mulher colocou nas redes sociais tudo aquilo que estava acontecendo e passou a ser ameaçada pelo grupo", relata.
Outros moradores têm medo de denunciar os crimes, em razão das ameaças. Segundo a investigação, os criminosos andam armados pelo condomínio.
Investigação
A investigação começou há cerca de um ano. O grupo dominava dois condomínios residenciais no bairro São José, em Esteio. Moradores chegaram a ser expulsos dos locais após ameaças.
"Os criminosos atuam no fornecimento de drogas no interior e no entorno do condomínio e também dominam a parte administrativa do local, uma vez que são os supostos proprietários da empresas que prestam serviços ao prédio, como serviço de manutenção, limpeza, vigilância e pintura", afirma o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia da Região Metropolitana (2ª DPRM).
Um dos presos, suspeito de ser o chefe do esquema, seria o proprietário de uma empresa que fazia reformas na região. A esposa dele, síndica de um dos condomínios, também foi presa. A mulher mantinha consigo as chaves dos apartamentos desocupados e dos que teriam sido invadidos pelo grupo criminoso.
Em um dos apartamentos, a polícia encontrou uma central de monitoramento. A suspeita é de que a estrutura foi montada para alertar os criminosos de movimentações de pessoas que pudessem prejudicar as ações do grupo.
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