Triplex no Guarujá
PF conclui que imóvel não era de ex-presidente e não indicia Lula
PF conclui relatório sobre tríplex e não indicia Lula, mas cita PT
O juiz Sérgio Moro tornou público nesta quinta-feira (18) o relatório elaborado pela Polícia Federal sobre a Operação Triplo X, a 22ª fase da Operação Lava Jato. Foram indiciadas sete pessoas, entre elas a publicitária Nelci Warken, que admitiu ser a verdadeira dona de um tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá. Além dela, funcionários da Mossack Fonseca no Brasil.
Nem o ex-presidente Lula (PT) nem familiares dele estão entre os indiciados. Outra investigação apura a real propriedade do apartamento.
O inquérito foi instaurado para apurar a existência de uma organização acusada de dar “aparência lícita a valores obtidos de maneira duvidosa, notadamente por meio de transações imobiliárias e de empresas offshore”. A PF afirma que manobras envolvendo a construtora OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores. Segundo a polícia, a empreiteira repassou apartamentos no condomínio no Guarujá em troca de vantagens em contratos na Petrobras.
A cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Correa de Lima, comprou um apartamento no condomínio em 2011 por R$ 150 mil, da OAS. Dois anos depois devolveu à construtora por R$ 432.710. A empreiteira, por fim, vendeu por R$ 337 mil. A PF considerou essa movimentação estranha.
Em 2011, ano em que comprou o apartamento da OAS, a cunhada de Vaccari declarou que a aquisição havia sido feita da Bancoop, com recursos de um programa de demissão voluntária. Depois, no entanto, afirmou que o dinheiro havia sido de uma indenização do partido. No relatório, a PF ressalta que Marice foi apontada como sendo emissária do ex-tesoureiro do PT, responsável pela coleta de R$ 400 mil referentes ao suposto pagamento de propinas da Toshiba. A informação foi da delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
O apartamento está em nome da Murray Holdings LCC, empresa sediada nos Estados Unidos e com Nelci, indiciada pela PF, apontada como responsável no Brasil. A publicitária afirmou à PF que a empresa era uma forma de ocultar seus imóveis para evitar uma eventual execução sobre eles por causa de uma dívida.
Além da Murray, a PF aponta como compradores do imóvel a Woodbay Holdings e a Hazel Ville International. As três empresas foram registradas sob intermediação da Mossack Fonseca no Brasil. A Polícia Federal frisou que a companhia foi usada em diversas offshores usadas para o recebimento de propinas no âmbito da Lava Jato.
Fonte: http://blogs.ne10.uol.com.br/