Vagas para motos
Problema é cada vez mais comum em condomínios de SP
Frota de motos aumenta e divide espaço nas garagens de condomínios
Motos e carros dividem a garagem. São seis rodas à procura de uma vaga. A frota aumenta, e os problemas também.
Elas são muitas e eles também – a frota de carros e motos não para de aumentar. O problema é que nos prédios o tamanho das vagas continua o mesmo e na mesma quantidade. Hoje, só na capital paulista, a frota é de quase um milhão de motos. Onde arranjar vagas para guardá-las está se tornando uma dor de cabeça para os condomínios. Já tem gente amarrando a moto na grade, do lado de fora do prédio.
Carro e moto na mesma vaga – se o espaço é pequeno, parte do carro fica para fora e atrapalha quem precisa manobrar.
“Quando você vê a convenção do condomínio, na especificação do condomínio está dito que cada vaga dá direito a um veículo. Então, teoricamente, quando você para uma moto e um carro dentro de uma vaga, você está parando dois veículos onde está pré-determinado a ser um. Ele está invadindo as áreas comuns de manobra. Com certeza absoluta, ele está dificultando a manobra do seu vizinho”, aponta Sérgio Meira de Castro Neto, diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).
Em um condomínio, a solução temporária foi reduzir as vagas para carros e abrir espaço para as motos. “Aqui nunca teve confusão, porque sempre teve vaga para moto. Sempre teve espaço para moto”, comenta o copeiro Régis Nonato Gama.
Mas tem um detalhe: novas torres serão entregues em breve. Para que os futuros moradores recebam suas vagas de garagem, as motos deverão sair. É dor de cabeça para a síndica Ana Maria de Almeida.
“Vai ser um grande problema, porque o morador não vai querer se desfazer da moto dele. Mesmo porque, com esse trânsito louco de São Paulo, ele usa a moto para o trabalho. Então, nós vamos ter de pensar em uma solução”, contou a síndica.
Em um condomínio, quem chega primeiro leva a vaga. Há 36 lugares para motos, mas elas são 70. As que não cabem nas vagas ficam amontoadas pelo estacionamento.
“Aquele cantinho meio morto ninguém usa muito, mas alguém está perto dessa vaga. Nesse momento você fala assim: ‘Poxa, mas aqui dá para parar minha moto sem atrapalhar ninguém’. Aí a pessoa fala: ‘Mas minha mulher, quando abre a porta, ela não consegue mais abrir a porta direito se tiver uma moto aqui. Eu não quero que parem aí’”, diz Sérgio Meira de Castro Neto, diretor do Secovi-SP.
Sem vaga no condomínio, muita gente deixa a moto do lado de fora. Uma delas, por exemplo, passa a noite na calçada. Fica acorrentada à grade e bem perto da portaria. Já Marcos teve mais sorte: encontrou um pequeno espaço ao lado das garagens e, com a aprovação dos moradores, pode guardar a moto. “A política da boa vizinhança funciona bastante”, comenta.
Já há outras motos espalhadas pelo estacionamento. É possível transformar os cantinhos em vagas permanentes para motos. “A primeira medida seria procurar a prefeitura e verificar qual seria a possibilidade de se adequar legalmente às motos naquele empreendimento ou naquele condomínio”, afirma Sérgio Meira de Castro Neto, diretor do Secovi-SP.
Outra saída é fazer uma assembleia entre os moradores do prédio e colocar em votação a possibilidade de criar vagas para motos em espaços pouco utilizados do condomínio. Mas a votação a favor precisa ser unânime, ou seja, todos os proprietários precisam concordar com a proposta.
Fonte: http://g1.globo.com