Vazamento de gás
Unidades interditadas em BH causam explosão; houve feridos
“Não fico mais aqui”, diz marido de gestante que se feriu em desabamento por gás
Sua esposa Camila, a síndica do prédio e dois técnicos da empresa de gás ficaram feridos quando laje desabou durante manutenção do encanamento; prédio já estava sem gás há duas semanas
“Os técnicos saíram logo depois da explosão, e eu tive que retirar minha esposa, sangrando, dos escombros”, lembra Felipe Persequini, de 33 anos. Ele estava na sala de casa quando uma explosão por gás GLP (gás de cozinha) tomou conta da cozinha do apartamento no Bairro Colégio Batista, região Leste de Belo Horizonte, durante a manutenção do serviço - lá estavam sua mulher Camila, grávida de cinco meses, a síndica do prédio e dois técnicos da empresa de gás.
Como ele conta, o casal morava no prédio, mas estava viajando nas últimas duas semanas, justamente quando todo o problema do gás começou.
De acordo com o subsíndico do prédio, Otto Mitre, há duas semanas foi detectado um vazamento de gás no terceiro andar do condomínio, quando a síndica chamou pela empresa. Com a visita dos técnicos, foi recomendado interditar do terceiro andar para baixo (de acordo com o caminho do encanamento). Ou seja, os moradores estavam sem gás há duas semanas.
“Quando voltamos de viagem, nesse fim de semana, percebemos que estava sem gás e perguntamos para a síndica. Foi quando ela nos contou que estava interditado e que iriam fazer a manutenção nessa quinta”, conta. “Foi me dito que estava tudo certo, e que era só manutenção preventiva, nada demais”.
De acordo com a empresa de gás, como ficou desligado por duas semanas, não foi monitorado risco, e por isso os moradores não saíram da casa.
Mas o gás acumulou durante o tempo que ficou interditado, o que causou a explosão. “Existia um vazamento, e como esse gás é pesado, esse GLP, ele ficou parado, acumulando. Hoje é proibido passar o gás em lugar confinado, mas o prédio é antigo”, diz Luzinaldo Costa, consultor técnico da empresa contratada.
Agora, Felipe só consegue pensar em dar apoio à mulher e não ficar mais em casa. “Não fico mais aqui, não tem como. Estou ajustando a situação, vendo os danos para informar à Defesa Civil, e vou embora. Vou acionar o seguro e processar a empresa e a síndica, isso não tem cabimento”, reclama. “Minha mulher com uma gravidez no início assim, nós ficamos com medo até de um aborto”.
A mulher dele foi levada para a Unimed da avenida Contorno, onde está sob cuidados médicos. Ela precisou passar por cinco pontos em diversas regiões do corpo, e vai ter a visão analisada para saber se houve dano.
A síndica está em hospital municipal não informado, estável, e os técnicos no Odilon Behrens, também sem risco, mas um deles sob observação por ter sido arremessado durante a explosão.
A Defesa Civil realizou vistoria de risco, isolou o local e o responsável foi notificado a providenciar a mitigação dos riscos e recuperação dos danos. No momento, prédio já está liberado.
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