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Segurança

Morte por enchente

SP: Muro de condomínio agravou enchente que matou idosa

terça-feira, 21 de março de 2023
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[Atualização - 20/03] Condomínio derruba muro em rua onde alagamento matou idosa em Moema

Foi derrubado nesta segunda (20) o muro de um condomínio que, segundo a prefeitura, provocou a enchente que causou a morte de uma idosa. A estrutura ficava na rua Gaivota, em Moema, na zona sul de São Paulo.

A barreira, que impedia o escoamento da água na viela sanitária entre as ruas Gaivota e Canário, foi demolida pelo próprio condomínio, de acordo com a Subprefeitura Vila Mariana.

A administração municipal ressaltou que não há registro de que outros muros no local tenham sido retirados.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) havia dito em 11 de março que entraria com uma ação judicial para derrubar o muro do condomínio. De acordo com ele, a barreira era a responsável por enchentes como a registrada na rua Gaivota no dia 8 deste mês.

Na ocasião, o carro dirigido por Nayde Pereira Cappellano, 88, foi arrastado pela água e ficou parcialmente submerso, fazendo com que a motorista ficasse presa.

A idosa morava na região e tinha ido comprar pão, segundo sua neta.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a mulher sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Segundo Nunes, a região já era um local de acúmulo de água, mas a barreira fazia com que o volume acumulado ficasse muito maior do que o normal, atingindo até dois metros de altura.

O prefeito mencionou que o espaço, no condomínio, era usado com interesse privado, "com construção de piscinas, churrasqueiras e quadras de futebol".


[13/03/23] Prefeitura de SP estuda medidas judiciais para derrubar muro de condomínio de alto padrão em Moema que agravou enchentes

Na quarta (8), Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, morreu em um alagamento na Rua Gaivota, onde está o muro. O carro dela ficou submerso durante a forte chuva.

A Prefeitura de São Paulo informou nesta sexta-feira (10) que estuda medidas administrativas e judiciais para derrubar um muro de um condomínio, que impede a vazão de água na Rua Gaivota, em Moema, bairro nobre na Zona Sul da capital.

Segundo moradores e a administração municipal, as enchentes pioraram por conta do muro. Na quarta (8), Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, morreu em um dos alagamentos da Rua Gaivota, onde está o muro. O carro dela ficou submerso durante a forte chuva.

Na noite de quinta (8), a neta de Nayde denunciou em uma rede social como o muro impede o escoamento de água da região em dias de chuva. O bairro nobre foi o mais atingido pela chuva de quarta-feira.

Além disso, a Prefeitura informou também que "outras nove ações já estão em curso para reintegrações de posse de ocupações irregulares que culminaram na impermeabilização do solo ao longo do Córrego Uberabinha, todos eles nas proximidades da tragédia na esquina da Rua Gaivota com Ibijaú".

O g1 questionou a Prefeitura sobre quais são essas reintegrações, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno.

Nesta sexta (10), Ricardo Nunes (MDB), prefeito da capital, informou que o muro foi feito de forma irregular pelo condomínio.

“Se eu tiver hoje a autorização judicial nós já vamos fazer hoje. É inaceitável que um condomínio faça um muro daquele de forma irregular e irresponsável. Muito possivelmente se aquele muro não estivesse ali não teríamos o que aconteceu”.

Nesta sexta, o g1 esteve no local enquanto chovia e presenciou um alagamento se formando. Também conversou com um funcionário da Defesa Civil que estava na região. Segundo a Defesa Civil, onde os condomínios do local estão posicionados é uma reta natural de escoamento de água.

"Esse condomínio foi construído há mais de 30 anos. O córrego foi canalizado e quando vem a água ele não suporta e fecha ali [no muro] que é o primeiro lugar que entra, mas fica presa", informou.

Área com muitas nascentes e córregos

Moema está mais propenso a sofrer com alagamentos por estar em uma área de várzea, ou seja, com muitas nascentes e córregos, a maioria canalizada. A região também está em uma área baixa em comparação com seus arredores, segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE).

Moema foi o bairro mais atingido pela chuva na capital:

  • As alamedas dos Jurupis e Jauaperi ficaram alagadas. Carros boiaram, foram arrastados e até colidiram entre si com a força da água.
  • Somente em Moema choveu 67,2 mm de água.
  • No mês de março, a expectativa é de 177,6 mm em toda a cidade.
  • Em Moema, na quarta, choveu 38% da média esperada para o mês inteiro.

Como ocorre um alagamento?

Segundo o CGE, em situações de chuvas fortes, a água escorre de outros locais para o bairro e encontra as águas endêmicas da região, o que sobrecarrega o sistema de águas pluviais — uma infraestrutura que é projetada para coletar e remanejar o excesso de água da chuva, para evitar enchentes.

Quando o sistema é sobrecarregado, acaba provocando o alagamento.

Morte de idosa

Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, morreu no alagamento na Rua Gaivota. O carro dela ficou submerso durante a forte chuva que atingiu a capital paulista. Os bombeiros foram acionados e tentaram reanimar a mulher, mas não conseguiram. A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Segundo a Polícia Militar, Nayde perdeu o controle do veículo, bateu em uma árvore e ficou presa na enxurrada. Conforme apurado pela TV Globo, a mulher tinha saído para buscar remédios em um posto de saúde.

Quando começou a chover, ela encostou em um posto de combustíveis para aguardar a chuva diminuir. Depois de um tempo esperando, ela decidiu continuar o trajeto para casa e passou por um local que estava alagado. Nayde não conseguiu fazer o retorno e nem sair do veículo.

Em relato para o registro da ocorrência, uma neta de Nayde contou que, apesar da idade avançada, a avó era muito ativa e "dirigia pra cima e pra baixo".

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), "foram solicitados exames periciais ao IC e ao IML". O caso foi registrado como "morte suspeita" no 27º Distrito Policial (Campo Belo).

'Os carros estavam boiando'

Uma mulher que trabalha como porteira em um prédio na rua disse que presenciou o momento do ocorrido.

"Os carros estavam boiando aqui, e o pessoal dentro. A gente não conseguiu salvar as pessoas e nem a senhora que morreu no carro. Ela batia muito no vidro tentando sair e ninguém conseguia ajudar", disse.

A mulher ainda destacou que esse tipo de situação é frequente no local.

"Já aconteceu isso várias vezes. Eu já salvei muita gente afogada aqui dentro do carro. Eu amarrei aquelas mangueiras de bombeiros para ajudar as pessoas aqui porque, toda vez que chove, acontece isso", contou.


[10/03/23] Idosa que morreu afogada em carro após enchente tinha ido comprar remédio para sobrinha PCD 

Segundo a Polícia Militar, a mulher se afogou e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a ser resgatada, mas não resistiu

A idosa, identificada como Naide Pereira Capelano, de 88 anos, que morreu no fim da tarde de quarta-feira (8) em seu carro durante a enchente que atingiu Moema, na zona sul de São Paulo, havia saído de casa para buscar remédio para a sobrinha, que é PCD (Pessoa com Deficiência Física).

Segundo informações de uma amiga da vítima, essa sobrinha de Naide morava com ela. Durante o trajeto, a vítima foi surpreendida pelo alto volume de água, na região da rua Gaivota, e não conseguiu sair do veículo.

A Polícia Militar afirmou que a mulher teria se afogado e sofrido uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a receber os primeiros-socorros do Corpo de Bombeiros, porém não resistiu ao trauma.

Vítima bateu no vidro para pedir ajuda

Uma moradora de um prédio próximo revelou que havia outros motoristas dentro de veículos na mesma rua, entre eles uma BMW blindada, mas os condutores conseguiram abandonar os automóveis e fugiram.

Naide, que estava dentro de um Peugeot 206 preto, chegou a bater no vidro para pedir ajuda, mas não foi ouvida por pessoas próximas.

De acordo com o repórter Eder Fritsch, que esteve no local, moradores e comerciantes da região afirmaram que a água chegou a atingir cerca de 2 metros de altura.

Adriana, síndica de um prédio em frente ao local onde a idosa morreu, disse que estava em seu primeiro dia de trabalho à frente do residencial quando teve o carro, um Hyundai HB20 prata, arrastado pelas chuvas.

Vídeo mostra zelador nadando na enxurrada em Moema para salvar motorista

Moradores de condomínio na alameda dos Jurupis gravaram a atuação do funcionário no resgate. Assista abaixo:

Alagamentos constantes

Moradores do bairro afirmam que, em poucos meses, essa é a quarta vez que a rua fica alagada devido às fortes chuvas que atingem a região.

Um restaurante, localizado na mesma via, teve um prejuízo financeiro após ter diversos móveis como cadeiras, sofás e brinquedos arrastados pela enxurrada.

Duas viaturas do Corpo de Bombeiros e viaturas da 2ª Companhia do 12° Batalhão da Polícia Militar prestaram apoio.

O caso foi apresentado no 27° Distrito Policial do Campo Belo, que se limitou a confirmar o registro da ocorrência devido à troca de plantão.

A reportagem solicitou um posicionamento para a prefeitura de São Paulo sobre as destruições causadas pelas chuvas, que explicou que o "bairro de Moema se encontra com alta incidência de nascentes e córregos, a maioria canalizada. Com isso, a região está em uma área baixa em comparação com seus arredores".

"SIURB trabalha na elaboração da licitação para as obras do Reservatório do Córrego Paraguai-Éguas. Ele será construído na Praça Juca Mulato. O edital será lançado em breve", afirmou.

Veja a nota da prefeitura na íntegra.

"A Subprefeitura Vila Mariana esclarece que o bairro de Moema se encontra em uma área de várzea, ou seja, uma zona com alta incidência de nascentes e córregos, a maioria canalizada. Somado a isso, a região está em uma área baixa em comparação com seus arredores.

Justamente por isso, a SIURB trabalha na elaboração da licitação para as obras do Reservatório do Córrego Paraguai-Éguas. Ele será construído na Praça Juca Mulato. O edital será lançado em breve. Além de estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do Córrego Uberabinha. A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.

O Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas a Siurb, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos.

Quando acontecem eventos com chuvas fortes como de ontem (08/03), atingindo 67,2 mm na região de Moema, a água escorre de outros locais para o bairro e encontra as águas endêmicas da região, o que sobrecarrega o sistema de águas pluviais e, em consequência, provoca alagamentos. Isso é ainda mais evidente ao observar que o fenômeno acontece e se dispersa rapidamente.

Serviços de limpeza

Há um cronograma de limpeza manual de bueiros em locais sensíveis a alagamentos, que recebem o serviço no mínimo uma vez por semana, além da limpeza imediata após alagamentos, a fim de remover detritos arrastados pelas águas. Isso compreende a Av. Ibijaú, Rua Gaivota e seus arredores.

De 01 de fevereiro até 07 de março as Avenidas Ibirapuera e Ibijaú, Rua Gaivota e Praça Mário Pontes Alves tiveram seus bueiros limpos 239 vezes. Em fevereiro na Av. Ibijaú foram 15 bueiros no dia 01, 12 no dia 08, 29 no dia 15 e 6 no dia 22. Na Av. Gaivota no mesmo mês foram 16 bueiros no dia 01, 12 no dia 08, 6 no dia 15 e 26 no dia 22. Em março, o serviço foi realizado no dia primeiro, totalizando 15 bueiros na Ibijaú e 26 na Gaivota. A região também sofreu intervenções pontuais, fora do cronograma, a qual somaram 3 limpezas na Ibijaú e 5 na Gaivota.

A limpeza mecanizada com hidrojato realizou seus serviços nos endereços citados no dia 06 de janeiro de 2023. Na Av. Ibijaú foram vistoriados e desobstruídos bueiros na altura dos números 45, 83, 188, 269 e 405. Na Av. Gaivota os números foram 879, 886, 897, 916, 917, 960, 979 e 988.

A manutenção e zeladoria permanentes na região também garantem o escoamento rápido das águas da chuva. As equipes da Subprefeitura Vila Mariana retornaram na manhã desta quinta-feira (9) aos locais atingidos para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria. A administração regional informa que as vias estão desobstruídas e livres para circulação."

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/03/10/prefeitura-de-sp-estuda-medidas-judiciais-para-derrubar-muro-de-condominio-de-alto-padrao-em-moema-que-agravou-enchentes.ghtml * https://noticias.r7.com/sao-paulo/idosa-que-morreu-afogada-em-carro-apos-enchente-tinha-ido-comprar-remedio-para-sobrinha-pcd-09032023

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